Missão para Mary Alice Beaurgard

“Eu estava preocupada com que poderia acontecer. Mas, aceitei prontamente a missão. Após os primeiros raios de sol, vesti-me, comi rapidamente e ofereci a melhor parte do meu bolo de chocolate á fogueira divina.
-Espero que dê tudo certo, mãe...
Após arrumar minhas coisas, desci a colina e entrei no carro. Certo, eu tinha roupas, armas, dinheiro, estava tudo bem...
E continuei distraída, até que chegamos à rodoviária.”

créditos a lady marmalade do Ops![/center]

A situação era no mínimo desesperadora. Uma dracnae maldita estava vindo em minha direção, e eu estava molhada. Mas, uma coisa havida de bom naquilo, a água me deixara mais forte, mais perspicaz. Eu ouvira a voz de Tássala em minha mente, mas, naquele momento, meu coração nada dizia além de “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH”
Graças aos deuses, eu tinha uma arma no bolso. Não parara para ver qual era, apenas a coloquei. Disfarçado de dólar de areia, lá estava minha espada do mar. Tateei o pescoço, e lá achei meu escudo, O estranho, é que eu não lembrava de ter colocado-o, mas, agradeci silenciosamente a minha mãe, acionei minhas armas, posicionei de forma segura o escudo. Ele era feito de água salgada, e eu sabia que se não me concentrasse, aquilo ia por água abaixo. Literalmente.
Avancei contra a dracnae. Pude sentir sua fúria, sua magia, tentando penetrar em meu escudo. Mas, eu não podia fracassar, tinha de tentar, minha mãe havia me dado uma missão e era mais do que a minha obrigação cumpri-la. O fracasso simplesmente não me era permitido. Confesso que tudo o que eu sabia sobre lutas, era dos meus filmes de Samurai. A mulher demônio me segurou pelo pescoço, fincando as garras. Aquilo ia ser pedreira.
-Você não vai me pegar! Não agora!
Eu podia distinguir cada coisa que havia por ali, a água me deixava mais forte, eu tinha que me concentrar. Comecei a pensar no mar, nas ondas, em sua força. E de repente, me senti muito melhor. A força do escudo aumentara a um ponto, que seu campo mágico me empurrara para longe de suas garras. Então, comecei a correr. Se eu conseguisse ganhar tempo, talvez armasse uma armadilha.
Ouvi os gritos, vindos atrás de mim, e entrei na primeira porta que vi. A início, eu não conseguia distinguir o que era aquilo, pois, fumaça vinha de todos os lados, e vozes, vozes agitadas. Era a cozinha do Hotel. De repente, uma ideia lampeira surgiu em minha mente. Saí correndo, e encontrei um saco de farinha de trigo, não muito cheio, mas, exatamente o que eu precisava. Antes que viessem atrás de mim, saí de lá como um raio, e continuei correndo.
Passei pela área da piscina, precisava de tempo, concentrei-me. E ouvi algo explodindo, meu estômago estava doendo, devido a força. Não parei para ver o que era, continuei, correndo, pulando sob as cadeiras de sol e ignorando as pessoas que me xingavam. Até que encontrei uma parte velha do hotel, cheio de escombros, fui em esgueirando, até encontrar um lugar alto, com a corda que encontrei, pus minha espada de ponta para baixo dentro do saco, e o amarrei. Pendurei-o, e fiquei segurando.
Dois segundos depois, a fera entrou, e eu logo tratei de chamar sua atenção, gritando. Quando ela se posicionou embaixo do lugar, soltei o saco. Uma chuva de farinha branca se estendeu. E eu pude ver a espada fincada em seu ombro direito. Então, fiz uma manobra meio louca, Posicionei meu escudo pra baixo, e me joguei de onde estava para cima do monstro.
O lado bom: O escudo acertou em cheio a cara da megera.
O lado ruim: Caí indignamente no chão.
A espada rolou para longe, e minhas armas de desfizeram em água. O que eu iria fazer. Uni as mãos, e imaginei a água tomando forma, senti um aperto na boca do estômago, e novamente, pude ver minha espada. A dracnae estava estendida no chão, fraca. Muito fraca. Levantei-me, sentindo-me dolorida. E com um último esforço, cravei a espada em seu coração. E o mostro se desfez em pó.
Recolhi meu colar, meu dólar de areia, e saí do prédio, agradecendo aos deuses pela vida que por pouco eu não perdi.

“Acordei realmente cansada, como se não tivesse dormido. Arma? Que arma? Eu não iria destruir nada, não iria destruir ninguém. Acabara de passar por um grande sufoco, e tudo o que eu queria era acordar desse pesadelo doido. Queria voltar pra Sydney, queria ver meus pais, meus amigos, o centro de estudos... Abracei as pernas, e chorei, chorei...
Não sei por quanto tempo fiquei ali, no meio do mato. Minhas vestes estavam suja,s meu cabelo estava bagunçado, cogalhos, folhas, e mais umas mil coisas presas. Xinguei a mim, a minha vida, e depois de mais algum tempo de frustração. Parei.
Se era pra entrar naquilo, teria que ser de cabeça. Eu tinha que salvar alguma coisa, tinha que vencer. Força de vontade, vamos lá!
Levantei-me, sacudi a poeira, e comecei a andar. Pra que lado eu devia seguir mesmo?”